Beto relembrou o depoimento do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, que na sua fala anterior garantiu “ter total autonomia” na escolha da sua equipe. O deputado ressaltou que entre os integrantes estava Alessandro Stefanutto, presidente afastado do INSS, e que a nomeação de Virgílio Antonio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS, foi mantida por Lupi, mesmo após recomendações contrárias da Controladoria-Geral da União (CGU).
Em um ponto crucial de sua argumentação, Beto apresentou um vínculo entre a empresa Curitiba Consultoria, fundada em novembro de 2022 e que tem como sócia Thaisa Hoffmann Jonasson, esposa de Virgílio. O deputado expôs que a nomeação de Virgílio havia sido “beneficiada em mais de R$ 7 milhões”, o que gerou um clima de tensão na audiência.
“Aquela pessoa que o ex-ministro Lupi manteve foi o beneficiado enquanto sua mulher era proprietária e o senhor era dirigente financeiro”, disparou Beto.
Além da ligação familiar, Beto destacou as substanciais movimentações financeiras das empresas ligadas a Costa. A Prospect Consultoria, na qual ele atuou, movimentou mais de R$ 33 milhões em 2023 e ultrapassou a marca de R$ 70 milhões em 2024. Em outra conta vinculada à mesma empresa, as movimentações somaram acima de R$ 46 milhões em 2023 e R$ 40 milhões em 2024. A ACCA Consultoria e a Brasília Consultoria também apresentaram números relevantes, com R$ 10 milhões e R$ 33 milhões movimentados, respectivamente, em 2023, e R$ 30 milhões e R$ 48 milhões em 2024. Por fim, a CDS Calcenter, outra empresa sob sua representação, operou com mais de R$ 4 milhões em movimentações.
O deputado também instigou Costa sobre sua saída da empresa da esposa de Virgílio e sua transferência para outra organização de call center, sugerindo que essa mudança teve a ver com a estratégia de permanecer distante das investigações, chamando a situação de um caso de “fica quieto em outro lugar”.
Os questionamentos foram ainda mais agudos quando Beto indagou sobre as divergências que poderiam ter levado Costa a se afastar de Antunes, ao que o depoente optou por permanecer em silêncio, amparado por um habeas corpus obtido no Supremo Tribunal Federal (STF).
Rubens Oliveira Costa, que não assinou o termo de compromisso para falar a verdade e se escusou em algumas perguntas, está entre os 21 nomes indicados pela CPMI ao STF para pedidos de prisão preventiva.
Durante a sua representação como diretor financeiro, as empresas nas quais Rubens Oliveira Costa exerceu funções movimentaram quantias substanciais, evidenciando a extensão do suposto esquema que girava em torno das operações do “Careca do INSS”.
No entanto, Rubens Costa negou qualquer vínculo direto com Antônio Carlos Camilo Antunes. “Jamais fui sócio de qualquer empresa ao lado do senhor Antônio Camilo. Atuei em apenas quatro de suas empresas no papel de administrador financeiro, e nada além disso”, declarou.