Beto Pereira responsabiliza Stefanutto por falhas no INSS: ‘A responsabilidade dos últimos dois anos é sua’

No depoimento do ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), o deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS) o incumbiu da responsabilidade por não ter adotado as medidas necessárias em relação aos descontos associativos de aposentados e pensionistas, mesmo frente às advertências de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU).

Durante o interrogatório, Beto destacou que Stefanutto integrava a equipe de transição do governo, estava ciente dos descontos devido a denúncias e possuía acesso a informações através da Ouvidoria. Apesar da crescente cobertura nas mídias e destaques dos noticiários sobre o fato, não houve qualquer ação corretiva de sua parte.

“Se o senhor tinha contato direto com o Procon, a Ouvidoria ao lado da sua sala e esteve na equipe de transição no final de 2022 e início de 2023, o senhor teve total autonomia para montar sua equipe. Durante todo esse período, com os relatos do TCU e da CGU, além de notícias amplamente divulgadas. Mesmo assim, não tomou nenhuma atitude para frear os desvios”, afirmou Beto durante a CPMI.

Alessandro Stefanutto foi ouvido nesta segunda-feira (13) pela CPMI do INSS. Durante a sessão, o deputado Beto hesitou em atribuir a Stefanutto a responsabilidade pelas questões positivas e negativas que marcaram os dois últimos anos da autarquia. “A responsabilidade dos dois últimos anos do INSS de coisas boas e ruins é sua”, concluiu o parlamentar.

Beto também destacou a drástica redução da equipe do INSS, que caiu de 36 mil para 18 mil servidores sob a gestão de Stefanutto. Em resposta, o ex-presidente defendeu sua administração, alegando que o INSS operava com um número insuficiente de funcionários, o que gerou uma aparente contradição em suas declarações.
Durante a audiência, o deputado foi incisivo ao questionar por que não foram implementadas medidas cautelares após as recomendações claras da Controladoria-Geral da União (CGU) para a suspensão dos descontos. Beto salientou que a responsabilidade pela situação recai sobre Stefanutto, citando especificamente o ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, André Paulo Félix Fidelis. “A falha não é individual, mas sim de uma estrutura que deveria ter funcionado de forma mais robusta. Não dá para fitar os olhos e não querer enxergar”, alertou o deputado.

Ligação partidária

O deputado também indagou Stefanutto sobre sua relação com o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, questionando se o conhecia e se mantinha algum grau de amizade com ele. Stefanutto afirmou que conheceu Lupi durante o período de transição do governo.

Beto ainda abordou a questão da filiação de Stefanutto ao PDT. O ex-diretor explicou que sua associação ao partido ocorreu apenas em 2025, coincidentemente partido liderado por Carlos Lupi. Essa ligação suscitou mais questionamentos sobre as possíveis influências políticas ao longo de sua gestão no INSS.

A CPMI segue suas investigações com a finalidade de identificar e corrigir irregularidades no INSS, além de implementar medidas preventivas que assegurem a proteção dos direitos dos aposentados e pensionistas brasileiros.

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