Beto iniciou sua intervenção lamentando a postura de Cavalcanti. “Quando decide em não responder saiba que cada um dos parlamentares é um interrogador” declarou o deputado.
Em seguida, Beto trouxe à tona a questão das notas fiscais emitidas pelo empresário, destacando uma delas vinculada à empresa FAC, que, segundo o deputado, não possuía nenhum funcionário e nela era imputava os patrimônios de carros de luxos.
O deputado citou a relação de Cavalcanti com Maurício Camisotti, um dos principais investigados na CPMI. “Você sabia das práticas associativas de Camisotti que envolviam descontos? É algo que fica difícil de acreditar”, indagou, expressando ceticismo em relação às respostas evasivas do empresário.
Beto não hesitou em criticar a ostentação de Cavalcanti em Brasília, onde durante operação da Polícia Federal foi apreendido sobre seus pertences uma Ferrari, uma réplica de um carro de Fórmula 1, relógios de luxos e grande soma em dinheiro.
“Sua residência serve para fazer contatos e facilidades que podem resultar em desvios de dinheiro público. É isso que você considera ostentação?”, perguntou, sublinhando a necessidade de se examinar de perto os vínculos entre negócios e a política.
Financiador de campanha eleitoral
A discussão também abrangeu as doações em campanhas eleitorais que, segundo Cavalcanti, eram tratadas como “investimentos”. Beto questionou o que poderia ser esperado em troca dessas contribuições financeiras, visando esclarecer as trocas de favores que poderiam estar em jogo. “O que você tinha como retorno dessas facilidades?”, reforçou.
Por fim, ao mencionar as consequências da operação da Polícia Federal, que vinculou Cavalcanti ao escritório de Nelson Wilians, o deputado falou da relação estremecida. “Curiosamente, quando a situação se torna desfavorável, você se afasta dos seus parceiros de ascensão”, disse.