Campo Grande precisa arrumar a casa e ser preparada para os próximos 30 anos”, diz Beto em entrevista ao Balanço Geral

Beto Pereira (PSDB-MS) foi o primeiro entrevistado como pré-candidato à Prefeitura de Campo Grande, no programa Balanço Geral da TV MS Record, apresentado por Rodrigão.

Formado em Direito, Beto atualmente está em seu segundo mandato como deputado federal, com experiência de ter sido prefeito de Terenos por dois mandatos, deputado estadual e ex-presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul).

Beto aproveitou a oportunidade para falar sobre o desafio sobre administrar Campo Grande em 2025 – que tem um orçamento robusto, de R$ 6 bilhões, e que hoje é mal aplicado.

Com a intenção de disputar a prefeitura de Campo Grande, Beto passa pelo sentimento de reprovação a atual administração demonstrada pela caminhada na cidade, e da vontade de preparar Campo Grande para os próximos 30 anos.

“Estamos andando, conversando e ouvindo demais as pessoas e existe, hoje, um sentimento muito grande de insatisfação da população de Campo Grande. A população enxerga que existe um baita de um orçamento, mas não vê os serviços essenciais acontecendo de forma real. Existe um paradoxo muito grande quanto se tem orçamento de R$ 2 bilhões a Saúde e não ter dipirona na farmácia das unidades de saúde”, afirma Beto.

Caos na Saúde

Quando questionado por Rodrigão sobre a Saúde ser o principal gargalo da atual gestão, especialmente após a decretação de situação emergencial devido ao aumento de casos de Síndrome Respiratória e as recentes mortes por gripe no mês de abril, Beto enfatizou que há necessidade de priorizar a Atenção Primária à população e restaurar uma gestão eficiente.

Beto afirma que ao invés focar tardiamente nas medidas preventivas, como a campanha de vacinação, é preciso melhorar os atendimentos na Atenção Primária para população e principalmente voltar a ter gestão já que, hoje, Campo Grande passa por um pedido de intervenção feito pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) por não cumprir decisões judiciais em relações a insalubridade, periculosidade e pagamento de piso salarial.

“Tudo, por não haver gestão. Essa curva de doenças respiratórias é sempre crescente neste período e não existe nada a mais de justificar a não ser a incompetência, o estado de emergência. Portanto, o que temos que discutir é sobre reforçar a saúde básica, dar atenção e instrumentar para que ela possa ser resolutiva”, propõe Beto.

O pré-candidato expressou sua lamentação pelo fato de Campo Grande não ter credenciado novas unidades de saúde para estender o atendimento por mais quatro horas, que seria até às 21 horas.

“O município de Três Lagoas com 100 mil habitantes habilitou sete unidades de saúde para que o Estado possa aportar este incentivo. Já o município de Campo Grande habilitou quatro unidades e quando foi publicada houve comunicado da prefeitura declinando que não teria horário estendido mais”, questiona Beto a falta de planejamento efetivo em diminuição de casos e o fim da superlotação em Campo Grande.

Experiência em gestão

Com base em sua experiência como ex-prefeito de Terenos, Beto terminou o mandato com 94% de aprovação.

Ele ressalta a importância de estabelecer parcerias efetivas com o governo estadual de Mato Grosso do Sul e a bancada federal. Ele elogiou a postura do governador Eduardo Riedel (PSDB), mencionando que este tem se mostrado receptivo para discutir investimentos em áreas fundamentais como saúde, educação, habitação, esporte e infraestrutura.

Beto enfatizou que sem projetos bem estruturados, seria impossível obter a parceria necessária para impulsionar o desenvolvimento de Campo Grande.

“Primeiro é preciso fazer o dever de casa. A população não aceita mais obras paradas, folha secreta e excesso de cargos em comissão. Nós temos que enxugar a máquina e ter bons projetos. Buscar parceiros necessários, seja ele público ou privado”, afirma.

Apoios do governo e da bancada

Beto Pereira menciona que a eleição municipal não deve se restringir à polarização entre figuras como Lula e Bolsonaro.

O pré-candidato ressaltou o apoio que tem recebido de diversas lideranças do Estado, incluindo o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, o ex-governador Reinaldo Azambuja e os senadores Soraya Tronicke e Nelsinho Trad.

Beto aponta que seu principal apoio é o interesse da população de Campo Grande, reiterando seu compromisso em não permitir que o debate eleitoral se desvie para questões ideológicas ou de âmbito federal.

“Dentro desta discussão o meu padrinho será Eduardo Riedel, o meu padrinho será o Governo do Estado, o meu padrinho será o interesse da população de Campo Grande. É apequenar demais a eleição e levar o debate da cidade para o campo ideológico e federal. Nós temos que entender qualquer que esteja na cadeira de presidente, ele tem uma responsabilidade com a população campo-grandense. Eu vou buscar o apoio da bancada federal de forma unânime. Eu vou buscar apoio do governo do Estado com todos os secretários, independente de cor partidária”, declarou.

No entendimento de Beto, Campo Grande necessita ser planejada para os próximos 30 anos. Ele observa que não houve recentemente grandes projetos de infraestrutura capazes de resolver gargalos existentes na cidade. Ele destaca o atual cenário de congestionamento no tráfego, algo que antes não era tão comum, apontando que hoje é necessário um tempo considerável, de 30 a 40 minutos, para se deslocar de um ponto a outro.

“Quando que tivemos a última obra de uma grande avenida? Quando tivemos a construção de um viaduto? Obras estruturantes precisam ser preparadas e planejadas. Um bom governante precisa buscar parceiros para enfrentar estes problemas e buscar estes investimentos. Campo Grande precisa ser preparada para os próximos 30 anos”, afirma.

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