Campo Grande viu a mobilização de 1,6 mil pessoas durante um debate promovido pelo candidato a prefeito Beto Pereira (PSDB), que abordou os rumos do Esporte, Cultura e Juventude na capital sul-mato-grossense. O encontro contou com a presença de atletas, dirigentes de federações, secretários e artistas regionais, todos preocupados com a falta de apoio e de infraestrutura do município.
Por mais de uma hora e meia, os participantes discutiram as carências que Campo Grande enfrenta. Um dos principais pontos abordados foi a ausência de um centro cultural para exposições e grandes shows, além da falta de uma arena esportiva que possibilite a realização de eventos escolares quanto nacionais.
“Estou aqui para ser o prefeito que mudou essa história. O prefeito tem que gostar. Não tem alguém que goste mais de esporte e da cultura do que eu”, declarou Beto.
O presidente da Federação Estadual de Vôlei, José Amâncio da Mota, conhecido como Madrugada, enfatizou a urgência de soluções para a infraestrutura esportiva da cidade. “O Guanandizão hoje não tem nem mais como alojar atletas e estudantes”, lamentou.
A discussão contou ainda com a presença de Fernando Rufino, medalhista de ouro em Paris na paracanoagem, que compartilhou sua trajetória no esporte e a importância do apoio logístico para os atletas. “Lembro da dificuldade para a liberação da lagoa do Parque das Nações. Conquistamos isso, e agora precisamos adequar outros locais, como a Lagoa Itatiaia, para que tenhamos mais atletas”, sugeriu Rufino.
Cultura cobra 1% do orçamento
A questão cultural foi igualmente abordada com preocupação. A artesã Bia Barros, representante da Federação das Associações de Artesãos do Mato Grosso do Sul, denunciou a falta de aplicação da lei do 1% destinada à Cultura, que não tem sido respeitada pela gestão atual nos últimos quatro anos.
“Esperamos que o futuro prefeito adote o plano municipal do artesanato. Está tudo ali, precisamos tirar do papel. A Praça dos Imigrantes, por exemplo, está há um ano com obras para retirada de piso. É hora de ver a mudança”, afirmou, utilizando a expressão “marreta 45” para evidenciar a urgência.
Alan Catharinelli, presidente da Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande (Lienca), também fez sua reivindicação. “Carnaval é cultura. Desde os anos 60, tivemos desfiles na Rua 14 de Julho e em outros locais. Contudo, Campo Grande carece de um centro cultural que nos acolha, com espaço multiuso para os desfiles, sem ficar pedindo arquibancada, som e banheiro para montar nosso Sambódromo.”
O cantor Betinho, da dupla com João Haroldo, finalizou o encontro ressaltando a necessidade de incentivar a vida noturna em Campo Grande. “É impressionante como, em uma cidade com tantos talentos, não temos uma arena de shows. Os poucos locais disponíveis estão sucateados, precisamos fomentar a música e a cultura na nossa cidade”, concluiu.
Compromisso com a Juventude
Representando o Conselho Consultivo da Juventude, Giovana Mondardo entregou uma carta a Beto Pereira, onde foram delineados compromissos para fortalecer as secretarias e ações voltadas ao segmento juvenil. O documento destaca a importância da inclusão da juventude no planejamento das políticas públicas, reivindicando uma maior atenção às suas demandas e necessidades.
Beto criticou a infraestrutura atual de Campo Grande para o esporte e a cultura, enfatizando a falta de investimentos e cuidado. “Não dá para fechar os olhos. Ver parques abandonados, equipamentos deteriorados, jogados às traças. É uma realidade que não podemos mais aceitar. Para fazer escolhas conscientes e pensar no futuro da cidade, precisamos entender o que cada candidato prioriza”, afirmou.
Candidato que colocar Capital como parceira do Estado
Beto recordou sua autoria na lei que criou o Parque do Poderes, um espaço destinado à prática de esportes e lazer em Campo Grande, além de mencionar sua experiência como prefeito de Terenos, onde construiu o maior parque na entrada da cidade.
“Hoje, estamos testemunhando o abandono de lugares como Jacques, Ayrton Senna e Sóter. Além disso, a Casa da Morada está fechada, e a Orla Ferroviária não oferece condições adequadas para manifestações culturais e esportivas. A Estação Ferroviária e a Feira Central estão perdendo projetos por falta de recursos”, apontou.
Beto se comprometeu a transformar Campo Grande em um parceiro forte do governo do Estado, especialmente no que diz respeito a bolsas para atletas e na promoção de eventos escolares, universitários, amadores e profissionais.
“Por que isso não ocorre no município? Não podemos deixar que nossos atletas precisem estar nos semáforos vendo doce ou fazendo rifas para custear transporte ou hospedagem”, questionou, destacando a urgência de um apoio estruturado para os que promovem a cultura e o esporte.
“O dinheiro da Cultura é da Cultura”
Em sua fala sobre Cultura, Beto enfatizou que “o dinheiro da cultura deve ser aplicado realmente na cultura.” Ele se comprometeu a garantir que os recursos sejam utilizados corretamente, “não podemos tratar de maneira superficial. Vamos destinar recursos aos fundos de incentivo, assegurando a publicação de editais, seleção e o pagamento nas datas corretas”, completou.
Por fim, o candidato enfatizou que é inaceitável que uma cidade próxima a 1 milhão de habitantes não tenha um Centro de Convenções. Este espaço, segundo ele, seria essencial para a realização de diversas manifestações culturais. “Campo Grande precisa urgentemente ter vida. Precisamos de esporte e de cultura”, reiterou Beto Pereira.
O encontro também contou com a participação de secretários estaduais, como Marcelo Miranda, responsável pela pasta do Turismo, Esporte e Cultura, e os diretores-presidentes da Fundação de Cultura de MS, Eduardo Mendes, e da Fundação de Turismo de MS, Bruno Wendling, que reforçaram a importância do diálogo entre o governo e a sociedade civil na busca de soluções efetivas para os desafios enfrentados nas áreas.