População de rua aumenta exponencialmente em Campo Grande

Pré-candidato à Prefeitura da capital, Beto Pereira vai fortalecer políticas públicas no setor

O número de pessoas em situação de rua em Campo Grande tem aumentado nos últimos anos. Dados de atendimento do Consultório na Rua lançados no sistema do SUS apontam que o número é próximo de 1,4 mil. O Cadastro Único do Governo Federal, que também monitora esse público, sobretudo os que recebem algum benefício ou auxílio, como o Bolsa Família, aponta este crescimento. Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) baseado nestes relatórios, indica que déficit habitacional, desemprego, baixa escolaridade, pobreza e cortes em programas sociais são as principais causas do aumento da população de rua. Mas há também, ainda, reflexos da pandemia de Covid, que levou famílias inteiras ao desabrigo.

Para o deputado federal Beto Pereira, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de Campo Grande, é fundamental fortalecer as políticas públicas de inclusão e de atendimento a estas pessoas, para que se crie condições de reinserção social para elas. “São seres humanos que necessitam de atenção especializada, mas, também, de oportunidades para retomarem sua cidadania”, disse.

A quantidade de acolhimentos temporários realizados no antigo Cetremi e atual UAIFA (Unidade de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias) também dá sinal que a população de rua cresceu. Em 2021 foram 1.804 pessoas atendidas lá, em 2022 foram 1.579, em 2023 foram 5.691, e de janeiro até fevereiro deste ano já passaram na unidade cerca de 600 pessoas.

Entre os motivos que levam pessoas ao desabrigo está a questão social e financeira, mas também a saúde, uma vez que “fatores de vulnerabilidade ‘individuais’”, segundo o Ipea, também provocam o fenômeno Entre as razões estão elencadas: negligências e abusos durante a infância; deficiências crônicas; transtornos mentais; e uso abusivo de drogas. A ruptura de laços familiares e outras relações (trabalho ou amigos) também estão entre as causas que levam as pessoas a serem lançadas ou decidirem pela situação de rua.

Cerca de 90% da população de rua de Campo Grande é formada por homens negros, com 20 a 35 anos de idade, e proveniente de estados do Nordeste. Mas há entre eles dezenas de venezuelanos, afirma o levantamento feito pelo Ipea.

Políticas Públicas

 Para Beto Pereira, algumas políticas públicas já existentes devem ser fortalecidas em Campo Grande nos próximos anos. Entre elas a implantação de centros de referência especializados para o atendimento a esse segmento no âmbito da política de assistência social, os Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop). Hoje, no Mato Grosso do Sul, há cinco unidades do tipo, que realizaram 7.566 atendimentos no ano passado.

Nos Centros Pop são desenvolvidas ações de assistência social, dos órgãos de defesa de direitos e das demais políticas públicas – saúde, educação, previdência social, trabalho e renda, moradia, cultura, esporte, lazer e segurança alimentar e nutricional.

Os serviços são voltados ao atendimento de jovens, adultos, idosos e famílias que utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência, e são ofertados por demanda espontânea ou por encaminhamentos do Serviço Especializado em Abordagem Social.
Há ainda equipes de Consultório na Rua (eCR), que são multiprofissionais e lidam com os diferentes problemas e necessidades de saúde da população em situação de rua, desempenhando atividades in loco, de forma itinerante. No Estado, havia quatro equipes no ano de referência, que realizaram 14.949 atendimentos.

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